Estudos de Género, Feministas e sobre as Mulheres: Reflexividade, resistência e ação
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- António Barata
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I Congresso Internacional do CIEG – Estudos de Género, Feministas e sobre as Mulheres: Reflexividade, resistência e ação
24, 25 e 26 JULHO | ISCSP – LISBOA
Ao longo da última década, as questões de género têm sido tema de acesos debates. A crise financeira, económica e migratória que tem acentuado a precariedade nas condições de vida das populações fazendo emergir receios e sentimentos de insegurança, tem-se constituído como terreno fértil para o surgimento de lideranças autoritárias e ditatoriais que recorrem ao sexismo, à homofobia e à xenofobia, atacando directamente a igualdade de género, quando não defendendo abertamente o uso da violência.
Se é certo que reacções a estas políticas não se têm feito esperar – grandes manifestações nas ruas ou nas redes sociais, em que muitas e muitos ativistas se têm também destacado – a verdade é que tais reações não têm sido suficientes para impedir estes movimentos de continuarem a crescer. E se sabemos que poderosos interesses económicos e militares sustentam estas lideranças, o facto é que os mais pobres e vulneráveis, que infelizmente acreditam que estes líderes são a solução para os seus problemas, também os apoiam.
Mas por que é que a igualdade de género está sob ataque? Por que razão os novos líderes autoritários usam o sexismo e a homofobia como armas nos seus discursos políticos? Por que é que, mesmo em países onde estas políticas não são tão expressivas, estamos também a assistir a uma espécie de backlash, ou ao que alguns autores e autoras apelidam de anti-genderism? Por outro lado, ainda, importa perceber como é que estas mudanças estão a afectar a vida académica e os estudos de género, feministas e sobre as mulheres? E que estratégias estão a ser desenvolvidas, a partir deste lugar, para fazer frente a tentativas de extinção, marginalização ou silenciamento do campo?
Procurando estimular diálogos entre investigadoras e investigadores de diferentes regiões do mundo, o II Congresso Internacional do CIEG, Centro Interdisciplinar de Estudos do Género da Universidade de Lisboa debaterá estas questões, procurando comunicações que visem:
1) Discutir as controvérsias de género da actualidade, nomeadamente os ataques à igualdade de género enquadrados pelo conceito de ‘ideologia de género’, a partir das perspectivas feministas e dos contributos antropológicos, sociológicos, psicológicos, históricos, políticos, do direito, linguísticos, artísticos e/ou espaciais
2) Compreender os processos de discriminação, estigmatização e exclusão com base no género e na orientação sexual, construídos nos media tradicionais e/ou digitais e em várias esferas da vida social aos níveis local, regional e global;
3) Identificar e analisar as estratégias de resistência que têm emergido para fazer face ao sexismo e à homofobia, numa diversidade de contextos – educação, trabalho, família, vida política, direito e academia – e os obstáculos e barreiras que enfrentam;
4) Reflectir sobre o papel do direito, das políticas públicas e das instituições nacionais e internacionais na promoção da igualdade de género.
5) Analisar outros temas relacionados com igualdade de género, estudos feministas e sobre as mulheres, no âmbito das ciências sociais e humanas, ciências da saúde e outras áreas artísticas e científicas.